Desde o início das minhas aulas de teatro que começaram aos 8 anos e se extenderam até os 18 é que sempre ouço que um bom ator é, antes de tudo, um ótimo observador. Observador da vida, das pessoas, dos costumes.
Não sei se um dia cheguei a ser uma boa atriz, mas me tornei uma ótima observadora, sem sombra de dúvidas. E a cada dia faço mais isso. Apesar de completamente passional, aprendi a racionalizar em cima daquilo que eu observo e isso tem se mostrado uma ótima forma de conhecer as pessoas, muitas vezes sem que elas saibam que eu as conheço tão bem...
Incrível como a cada dia que passa tudo vem se tornando cada vez mais descartável, principalmente as relações, todas as relações. São profundas demais em um dia, às vezes muito no início para tanta profundidade, e depois se desfazem, desmoronam, porque não há uma base sólida. E porque não falar também em sustentabilidade das relações?
Vejo que mesmo quem supostamente entende o que significa o termo "sustentabilidade", não sabe muito bem o que é. Já ouvi definições muito superficiais. Definições que são quase infantis, ou até, quem sabe, inteligentes, porque são superficiais para que quem a defende se sinta satisfeito, como se estivesse cumprindo com seu papel, mas na verdade é uma forma de dizer que faz alguma coisa neste sentido sem, na verdade, fazer nada de concreto. Acredita quem quer!
Sustentabilidade é equilíbrio antes de tudo, é reposição as fontes de forma que não pese para nenhum dos lados, para que a fonte não seque e para que dure por muitos anos, sempre saudável, natural. Sustentabilidade não é compensação!
Não sei se essa percepção vem com o passar dos anos, com a vivência, com a experiência, com o tempo que se tem de observação, com o rompimento dos conceitos que estão no âmbito do senso comum (que é outro termo muito mal definido pela maioria das pessoas). O que sei é que quando se tem clareza dessa fragilidade é preciso selecionar, ou até abdicar de uma conversa mais profunda.
Depois de um tempo, mesmo quando se tenta abdicar de qualquer explicação ou convencimento, a situação pesa. É justamente neste momento que está na hora de dar um "refresh", mudar o cenário, as conversas, as relações... A fragilidade aparece com mais força, passa a incomodar. Faço vista grossa, mas com certeza passo a procurar uma coisa diferente. Não tem jeito... Ainda bem que algumas relações ainda se salvam no meio de tantas fragilidades, continuam firmes, são fortes, eternas!
Bjos a todos!
Kell Carneiro
2 comentários:
Querida! Adorei o texto. E eu sei como você é boa atriz! Já vi! Viva seu poder de observação e sua busca pelo equilíbrio nas ações/relações. Saudades sem sustentabilidade rsrs! Bjs, Natasha
Amiiiga!!!! Vindo de você isso é um grande elogio para mim! Isso porque te acho incrível como atriz, como diretora e como escritora de peças!
Saudades mil!
Bjos
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